Cascais inaugura memorial em honra das vítimas de violência doméstica

Estrutura é simbólica em tamanho, mas gigante no alerta.

Memorial em honra das vítimas de violência doméstica

Neste Dia de Luto Nacional e Municipal pelas Vítimas de Violência Doméstica, 7 de março, Cascais prestou homenagem pública a todos aqueles que, em Portugal, foram vítimas deste crime, ao inaugurar, no Parque Marechal Carmona, o primeiro memorial a nível nacional em honra das vítimas de violência doméstica.

Simbólica em tamanho, mas gigante no alerta, a estrutura tem, na parte da frente, uma mensagem de homenagem e, na parte de trás, pode ler-se “Ano 2022 - 30 389”, o número de denúncias feitas em Portugal no âmbito deste crime público no ano de 2022. Todos os anos o memorial vai ser atualizado com os números nacionais para memória futura, mas sobretudo para manter o tema na ordem do dia, honrando vítimas e sobreviventes.

Esta cerimónia de inauguração, em que foi também plantada uma oliveira, contou com a presença de membros do Executivo da Câmara Municipal de Cascais e de Francisca de Magalhães Barros, ela própria sobrevivente de violência doméstica e ativista da causa. Francisca foi responsável pelo lançamento da petição que reuniu mais de 40.000 assinaturas e que esteve na base da aprovação pelo Parlamento do novo Estatuto da Vítima que passou a incluir crianças que viveram ou assistiram a maus-tratos entre os seus pais ou familiares, colmatando uma grave lacuna. A missão é combater as lacunas nas leis no âmbito das 14 campanhas em que já esteve envolvida até aqui.

“As mulheres, as crianças, o seu sofrimento atroz, a falta de apoios, e a falta de cumprimento da Convenção de Istambul é aquilo que me move todos os dias. É necessário lutar e esse é o verdadeiro sentido da palavra “ativismo”, lutar até conseguir”, refere Francisca de Magalhães Barros.

Recorde-se que, em Cascais existem dois gabinetes de apoio à vítima, a APAV Cascais e o Espaço V (saiba mais AQUI); está em ação o projeto “préVio” que atua na prevenção da violência em meio escolar; existe uma casa de transição para acolher vítimas que querem sair de uma situação de violência e não têm para onde ir; e ainda o programa “Contigo” para o qual os tribunais encaminham os agressores, numa ação que visa quebrar o ciclo de violência.

O Fórum Municipal Contra a Violência Doméstica, que assinala em 2023 20 anos de existência, integra 43 entidades articuladas com o objetivo prevenir e combater a violência doméstica. Neste momento o Fórum colocou em participação pública, até 31 de março, o Plano Estratégico de Prevenção e Combate à Violência Doméstica 2023-2025 para que todos possam enviar os seus comentários, opiniões e sugestões, através do email forum.violenciadomestica@cm-cascais.pt .