São centenas de anos de trabalho, mais concretamente, 473 anos, que a Santa Casa da Misericórdia de Cascais se dedica ao serviço da comunidade, sobretudo, das camadas da população mais fragilizadas, sejam crianças ou pessoas idosas.
No dia 18 de janeiro, decorreu a Tomada de posse dos Titulares dos Órgãos Sociais 2024-2027 da Santa Casa da Misericórdia de Cascais, na Igreja da Misericórdia, em Cascais.
A cerimónia contou com as intervenções da Senhora Provedora, Isabel Miguens, do Presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel de Lemos, do Presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, e da Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, tendo sido agraciada, intercaladamente, com o Coro da Santa Casa da Misericórdia de Cascais.
A exercer funções na instituição há 49 anos, Isabel Miguens, Provedora, enalteceu a honra que é cumprir o que faz e salientou que, aos 79 anos, esta será a última vez que irá assumir tal responsabilidade nobre. “Diariamente chegamos a cerca de 8 mil famílias, e deparamo-nos com complexos problemas. Temos de ser capazes de fazer acontecer. Qualquer serviço só está bem quando estiver bem para os nossos filhos, netos e bisnetos, pais ou para nós próprios. Sou feliz no que faço”, partilhou com os presentes, sendo aplaudida e tendo merecido ovação de pé. A parceria com a Câmara Municipal de Cascais soma mais de centenas de anos, tendo as instituições outrora partilhado tempos e desafios tumultuosos e difíceis, quer a nível social, como financeiro, e que, graças ao apoio mútuo existente, conseguiram ultrapassar, constatando a atual solidez e robustez que alcançaram.
“A Santa Casa da Misericórdia de Cascais é, para nós, Câmara Municipal de Cascais, que completa 660 anos em 2024, o nosso mais antigo parceiro que existe no nosso concelho. Garantiu, ao longo de todos estes seculos, uma relação, não só geracional entre as várias relações das gerações que construíram o concelho de Cascais, mas estabeleceu também uma relação absolutamente fundamental para qualquer sociedade que se queira desenvolver, que é uma relação de confiança. Tem sido perseverada, alimentada e exige, no próximo futuro, que continue a sê-lo. E, por isso mesmo, encontramos na Santa Casa um parceiro que deu inicio àquilo que se ousa dizer hoje do Estado Social. Nessa altura, há 473 anos, não existia nenhum Estado Social, demorou séculos para que o Estado, enquanto organização politica e administrativa, pudesse dar uma resposta àquilo que eram as necessidades dos seus concidadãos, e muito especialmente, àqueles que se encontram numa condição de maior fragilidade, mas também deu esta capacidade de garantir um concelho com uma maior capacidade de coesão socia”, constatou Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, no discurso que encerrou a cerimónia.