Plenário do Fórum Municipal Contra a Violência Doméstica

Plenário do Fórum Municipal Contra a Violência Doméstica

O tema da violência doméstica é uma realidade que há muito necessita de uma intervenção consolidada e impactante e o município de Cascais tem apostado, na primeira linha, no combate a esta fragilidade que assola diversos agregados familiares no município. São vidas em risco, que afetam todas as faixas etárias.

No âmbito da violência doméstica, o Fórum Municipal Contra a Violência Doméstica, criado em 2003, tem assegurado, desde então, medidas e esforços concertados, como forma de prevenir e mitigar este flagelo.

Com 20 anos de ação completados em 2023, decorreu hoje, dia 21 de fevereiro, no Centro de Convívio do Bairro do Rosário, em Cascais, o Plenário do FMCVD. Foi altura para um balanco das ações do ano anterior e do anúncio de novos membros e novas iniciativas para 2024.

O  FMCVD é uma estrutura aberta que funciona como plataforma interinstitucional de articulação e concertação de respostas na área da violência doméstica, à qual pode aderir qualquer organização que pretenda dar o seu contributo neste domínio. Soma agora 47 membros que, em estreita colaboração, promovem mudança no combate e erradicação deste fenómeno da violência doméstica. Sob coordenação de três entidades permanentes, a Câmara Municipal de Cascais, a APAV e o Espaço V, e de forma rotativa, o ACES Cascais e A Barragem - Fundação Portuguesa para o Estudo, Prevenção e Tratamento das Dependências, promove ações e iniciativas no terreno, apoia as vítimas e sensibiliza a comunidade para esta realidade.

Assim, hoje, no no Plenário, os representantes do FMCVD correram o ano de 2023, ilustrando com números e ações concretas o impacto da sua ação.  A mudança ocorreu e os números corroboram o maior envolvimento dos membros e das decorrentes iniciativas. Com isto, foi dada maior visibilidade a esta temática, a intervenção junto dos jovens registou um aumento, foi dada mais e melhor qualificação aos profissionais que atuam no terreno, forte apoio e proteção a vítimas de violência doméstica e uma intervenção concreta junto de pessoas idosas.

No que diz respeito à intervenção junto dos jovens, 8 agrupamentos escolares foram sensibilizados para esta temática, duas escolas privadas, num total de 1278 crianças e jovens abrangidos. Na qualificação de profissionais, foram dinamizadas, em 2023, 3 formações “Rede Segura”, com 77 profissionais, de 43 organizações. Foram, ainda, organizadas diversas sessões de discussão de práticas. Já no apoio e proteção à vítimas de Violência Doméstica, ao todo, 451 pessoas foram apoiadas, tendo ocorrido mais de 100 medidas de teleassistência. A CPCJ sinalizou 378 crianças e jovens. Já a intervenção de outra camada da população, pessoas idosas, 165 foram apoiadas. De salientar a Semana Contra a Violência Doméstica, que decorreu em final de novembro de 2023, a iniciativa ReTrata-me Bem, no âmbito das artes, e o concurso nos agrupamentos escolares “Diz Não à Violência Doméstica”, de vídeos que sensibilizassem a comunidade escolar para esta realidade.

Em 2024, vão nascer novas iniciativas. O teu Espaço, enquadrado no Espaço V, é uma delas. Pensado e estruturado em 2023, ganha agora forma, pretendendo ser uma resposta especializada para crianças e jovens vítimas de violência doméstica. O local em que opera é, naturalmente, protegido, mas o contacto está disponível online.

E se o passado diz que as ações têm feito a diferença pela positiva, novos parceiros asseguram que o bom trabalho vai continuar em 2024. Três novas adesões completam o número de 47 membros do FMCVD.

No evento, Carlos Carreiras, Presidente da Câmara Municipal de Cascais, assistiu, atentamente, a todas as intervenções, e fez um breve discurso sobre a temática e intervenção no municipio. Frederico Pinho de Almeida, vereador da autarquia, também assistiu ao Plenário. "O Fórum Municipal para a Violência Doméstica tem feito um trabalho absolutamente fantástico. Tivemos aqui o balanço de 2023 e podemos constatar que temos projetos, temos respostas direcionadas para todas as faixas etárias, eu diria, transversais a toda a população", referiu, no final da iniciativa.