Os meus pais foram presos, e agora?

Conhecer a realidade para decidir o futuro

Trabalhar em nome das crianças que tenham progenitores em privação de liberdade. Esse é o objetivo da CONFIAR – Associação de Reinserção Social, sediada em Cascais, e que realizou uma conferência internacional, em conjunto com a COPE – Children of Prisioners Europe, no Auditório da Casa das Histórias Paula Rego – Maria de Jesus Barroso. Esta conferência pretende colocar a criança e os seus interesses no centro das estratégias das políticas de justiça e de combate à criminalidade, visando a sua integração e concretização plena.

“Os meus pais foram presos, e agora? – Políticas Públicas para o Futuro”. Este foi o ponto de partida para esta conferência que contou com as intervenções – nacionais e internacionais – de vários intervenientes como juízes, responsáveis do sistema prisional, especialistas em Direito das Crianças, decisores políticos, investigadores na área da criminalidade e da reinserção social, organizações da sociedade civil que se dedicam ao acompanhamento destas populações, para, juntos, debaterem aquelas que devem ser as políticas públicas postas em ação para responder às suas necessidades e analisarem iniciativas e boas práticas intersectoriais e a investigação que existem.

“Cascais tem um compromisso firme com os Direitos da Criança”, refere Carla Semedo, Vereadora da Câmara Municipal de Cascais, presente também na conferência.

O que faz a CONFIAR:

A CONFIAR, nascida em Cascais, está junto das comunidades mais vulneráveis social e economicamente, nomeadamente no Bairro de Alcoitão, e têm vindo a desenvolver a sua atividade. A título de exemplo, o Centro de Apoio Familiar (CAF) da Confiar, composto por uma equipa multidisciplinar de técnicos que promovem a intervenção holística dos utentes, especificamente reclusos (ainda em cumprimento de pena e/ou em transição para a liberdade), ex-reclusos e respetivas famílias, incluindo crianças e jovens, procurando promover a sua integração na comunidade.

É também de sublinhar o papel da Casa de Saída da Confiar, no Bairro de Alcoitão, que acolhe os beneficiários diretos da Confiar em cumprimento de pena em liberdade ou em processo de transição para a liberdade, e que se encontram em situação de maior vulnerabilidade e maior risco de exclusão social, procurando promover a sua reestruturação pessoal, a pena inclusão social e profissional e a autonomia, bem como dos familiares.