No âmbito do Projeto "Medidas para a ação local - Promoção de ambientes seguros e protetores no pós-confinamento em contexto educativo" realizou-se no passado dia 16 de março o Encontro “A escola como espaço de participação. Será possível uma democracia escolar?” online, que contou com a participação 15 Docentes das escolas que integram o projeto.
O encontro teve como especialista convidado o Professor Sérgio Gaitas, autor de diversas publicações sobretudo nas áreas da inclusão, diferenciação pedagógica e ensino e aprendizagem da linguagem escrita. Nos últimos anos tem centrado a sua investigação e intervenção na participação dos alunos em contexto educativo. Participa regularmente em ações de desenvolvimento profissional de educadores, professores e psicólogos.
A sessão teve como foco a aplicação do Direito à Participação em contexto educativo, evidenciando estratégias, metodologias, desafios, impactos e aprendizagens, a voz dos alunos na escola e a colaboração dos alunos como elemento essencial para organizar o currículo e reconfiguração pedagógica.
Refletiu-se em conjunto sobre a escola como espaço de participação, a possibilidade de uma democracia escolar, barreiras à participação e o papel fundamental que os alunos podem ter na escola. Este papel participativo dos alunos, em colaboração com os restantes agentes da comunidade educativa, é um elemento fundamental para o bom funcionamento da escola, sucesso das aprendizagens e, consequentemente, maior sentimento de pertença.
Destacou-se que, para garantir a participação de todos, as escolas precisam primeiro de oferecer oportunidades aos seus alunos para expressarem as suas opiniões e, mais importante, criar condições para que os alunos possam agir sobre essas mesmas opiniões. Isto pode simplesmente significar ter discussões com os alunos sobre as suas sugestões e explicar-lhes porque é que certas ideias que poderiam ter feito não são possíveis de serem implementadas.
É necessário trabalhar com metodologias didáticas que promovam o desenvolvimento de pensamento crítico e criativo, que possibilitem entender, argumentar e conviver com todas as pessoas.
Como recomendação para concretizar o Direito à Participação, é fundamental encontrar um entendimento coletivo sobre o que significa participação (envolvendo alunos, famílias, docentes e não docentes) e criar condições para que seja possível implementar a mudança.
Em conclusão, foi deixada a importante mensagem de que a democracia não se ensina, pratica-se.