Child in the City 2022

Seminário Internacional Child in the City debate, na Nova SBE, a afirmação dos direitos das crianças nas políticas públicas, depois do complexo período de confinamento pelo COVID.

“Um em cada 4 crianças sofreram perturbações no âmbito da saúde mental, durante o período de confinamento”, referiria o professor Manuel Sarmento da Universidade do Minho, na abertura do Seminário que reúne em Cascais, na NOVA SBE, investigadores, ativistas sociais, técnicos profissionais das diversas áreas de intervenção, diferentes atores, para debater a aplicação dos direitos das crianças nas políticas locais.

Estes dados, de 25% das crianças afetadas, “são dados consistentes com aquilo que tem vindo a ser a investigação internacional nesta matéria”, acrescentaria Manuel Sarmento, mas, acrescentaria também que emergiu uma outra realidade, decisiva sob o ponto de vista cultural, que é a solidariedade: “Uma das aprendizagens coletivas fundamentais deste período é a de que ninguém vive sozinho. A vida comum é fundamental designadamente para defender a própria vida. Daí que tenham emergido várias formas de solidariedade” que hoje, por exemplo, “também se vêm manifestando com a população ucraniana”.

Para Manuel Sarmento, neste primeiro balanço da pandemia, que “aliás ainda não terminou”, “os problemas são muito complexos: o agravamento da pobreza, da violência doméstica, perturbações de saúde mental com incidência nas crianças, mas simultaneamente houve movimentos importantes ao nível das políticas de proximidade e daí a importância das políticas públicas”, disse.

A esse propósito, a vereadora da Câmara Municipal de Cascais, Carla Semedo, presente nesta sessão de abertura do Seminário, adiantaria alguns passos, em matéria de políticas locais, para a afirmação dos direitos da criança no espaço público: “Cascais tem atuado nos vários níveis, designadamente na articulação entre os vários setores, do urbanismo, da educação, da ação social e da saúde, no sentido da cidade ser cada vez mais adequada àquilo que são as necessidades e as expectativas das crianças”.

Carla Semedo dá exemplos que vão da “adequação das ruas como espaço de brincar em segurança”, da implementação de “programas, nas áreas da ação social e saúde, promotoras de mais direitos e de mais acesso a oportunidades” em suma, concluiria, “todos os programas na área dos direitos estão pensados de forma a integrar a voz das crianças, das famílias, envolvendo todos cada vez mais naquilo que é a decisão política”.

Este Seminário Internacional em Cascais, organizado conjuntamente pela Câmara Municipal de Cascais e pela Fundação Child in the City, vai prosseguir amanhã.

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