Entre a natural azáfama decorrente num meio hospital, no Hospital de Cascais, quando é possível, reservam um momento semanal para realizarem sessões clínicas, normalmente às sextas-feiras, em que os médicos e profissionais de saúde partilham casos de doentes, conhecimento e novidades. A sessão de hoje, da 10 de abril, contou com a apresentação do Serviço Local de Saúde e Solidariedade Social (SL3S), uma política social que decorreu de um estado de pandemia em que a autarquia percebeu que, quer a ação social, quer a saúde, não estavam a trabalhar de uma forma concertada e que isso resultava na perda de direito de muitos dos nossos munícipes.
Desde então, foram criados novos programas, projetos, ações e iniciativas sediadas localmente, com uma visão de proximidade, alicerçadas numa política de descentralização, que deu uma resposta à questão das assimetrias que existem no município. “Cascais tem estado a apostar nesta política que é o SL3S, que é o Serviço Local de Saúde e Solidariedade Social e que nasce com este princípio de termos um trabalho mais articulado, intersetorial entre saúde e ação social. Fruto dos programas que temos estado a desenvolver, serviços e algumas ações, o Hospital detetou que temos aqui algum tipo de resposta àquilo que são as suas necessidades e estamos aqui num grupo de trabalho, no sentido de perceber como é que podemos cada vez mais concertar esta ação, como é que podemos trabalhar em rede e responder às necessidades reais que existem no nosso município”, enquadrou Carla Semedo, vereadora da Câmara Municipal de Cascais, no âmbito da apresentação feita à comunidade de profissionais de saúde.
Numa lógica de partilha e de um melhor encaminhamento dos doentes, quando saem do Hospital, Carla Semedo foi, assim, convidada para apresentar os programas e iniciativas que a autarquia desenvolve. “Hoje tivemos aqui um convite que a Câmara aceitou, para partilhar um bocadinho o que a Câmara faz do ponto de vista de promoção da saúde, fora de portas do Hospital. Eu, pessoalmente, mas genericamente, todos nós, médicos, defendemos muito que os cuidados de saúde ou a promoção de saúde não se cinjam ao hospital, no hospital, nós tratamos permanentemente às intercorrências de doença, mas queremos muito que as pessoas que cá vêm, tenham, depois de sair daqui e até antes de vir cá, a melhor promoção de saúde que conseguirmos oferecer, daquilo que tinha a câmara para nos vir demonstrar aquilo que eles fazem, que que não era do conhecimento de todos.”, referiu Pedro Cruz, diretor-adjunto da direção clínica do Hospital de Cascais.
Após a apresentação, foram colocadas algumas questões a Carla Semedo, sendo o maior foco no serviço gratuito das teleconsultas, na forma como este é informado aos munícipes, sobretudo para quem não tem acesso ao mundo digital. Foi esclarecido que, além das plataformas digitais (site vidacascais.pt e respetiva página de FB), as 4 juntas de freguesia do concelho e os diversos Centro de Vida estão preparados para disponibilizar toda a informação sobre os diferentes projetos disponíveis para quem mais necessita.